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Um patinho potencialmente deprimido

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Um patinho potencialmente deprimidoQuando eu era criança sentia-me muitas vezes um patinho feio. O patinho feio, das histórias infantis, seria seguramente um excelente consumidor de pílulas de felicidade, se não tivesse mudado de ambiente e se não tivesse encontrado a sua verdadeira família.

Mas felizmente encontrou. Encontrou as respostas à sua necessidade de ser aceite e integrado num grupo. E foi feliz.

Eu acredito que seremos muito mais felizes se não perseguirmos a ideia da felicidade, vendida como obrigatória nos tempos modernos.

Sem querer entrar na definição conceptual da felicidade, que ficará para outro artigo, gostaria apenas de alertar para a quantidade de indústrias que vive à custa da manutenção da nossa sensação de infelicidade, que tentamos obter de formas tantas vezes supérfluas, que acabam por se revelar ocas e vazias.

A indústria farmacêutica é apenas uma das beneficiárias desta busca pela felicidade, que é como quem diz, pela nossa busca incessante pela abundância de sensações prazerosas e de ausência de sensações dolorosas.

Os defensores das indústrias farmacêuticas e da psiquiatria moderna fazem referência a descompensações hormonais - justificadas pela diminuição de produção de neurotransmissores - para nos vender a reposição dessas mesmas substâncias pela via química, recorrendo a drogas (cujos efeitos secundários nem sempre são amplamente discutidos nem documentados).

Tudo isso é verdade, mas a informação tem que ser actualizada pelas descobertas das neurociências dos últimos anos.

As descompensações hormonais a que se referem são causadas pela percepção que temos da realidade (com o culto da culpa, ressentimento e medo) que desencadeia mecanismos emocionais automáticos, reduzindo recursos cerebrais para a produção de neurotransmissores como a dopamina, serotonina, acetilcolina, noradrenalina, glutamato e aspartato, etc.

Os problemas resolvem-se pela raiz, removendo as causas e não mascarando as consequências. Além de que está provado que o equilíbrio do estilo de vida, com a prática de meditação, atividade física, regulação dos ciclos de sono, alimentação equilibrada e relacionamentos saudáveis promovem a reposição dos neurotransmissores de forma natural, mais duradoura e mais eficaz.

É sobretudo uma questão de autoconhecimento, autoconfiança e autoestima, porque somos vítimas da nossa reactividade emocional. Medicamentos sim, mas só como bengala temporária ou para tratar casos major. Ainda assim, sempre como complemento a uma intervenção social e psicoterapêutica e nunca como abordagem principal. Tristeza é caso para educação, psicologia e para filosofia que promove o equilíbrio natural, a reabilitação e a recuperação. A psiquiatria promove na maioria dos casos a dependência.

Já Platão chamava a atenção para a importância de cada um se conhecer a si próprio. Buda sabia que a verdadeira origem do sofrimento era apenas a ignorância. Saibamos ouvir as lições que há tanto tempo nos tentam ensinar.

No conto do patinho feio ele descobriu a origem da sua rejeição quando contemplou a sua figura no reflexo do espelho de água. Quando olhou para si próprio, percebeu que era diferente das outras criaturas que conhecia. Se bem me lembro isso foi extremamente chocante para ele. Sentiu-se perdido e sem saber o que fazer.

Imagino a sua dor e o seu desespero ao pensar que seria infeliz para sempre, uma vez que era diferente de todos os outros. No entanto, essa sua descoberta acabou por se tornar a porta para a resolução definitiva dos seus problemas. Quando se reconheceu tal como era, conseguir encontrar a sua verdadeira família e a sua turma. Nessa altura deve ter achado inútil o seu processo de autodescoberta.

Mas ele serviu para nos deixar o exemplo. Siga-o quem quiser e quem for capaz de o compreender.

Ele não era feio. Não era desprezível. Apenas tentava ser aceite por criaturas que lhe eram estranhas, que o temiam por ser diferente.

Espero que com isto tenha conseguido demonstrar-te a necessidade de saberes quem és. Só assim poderás tirar o melhor partido desta maravilhosa oportunidade que é a vida.

Se quiseres eu posso ajudar-te gratuitamente. Clica aqui para saber como.