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Como as emoções influenciam a tua perceção da realidade?

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As emoções são manifestações biológicas que existem para nos garantir a supressão das necessidades e a sobrevivência. Da mesma forma, são programações biológicas, sequências de acontecimentos, que acontecem na mente, no sentido de garantir que nós temos aquilo que é necessário, quer para a nossa sobrevivência, quer para a sobrevivência da nossa espécie.

As emoções reagem, sobretudo, relacionadas com a perceção das nossas necessidades. Se nós temos a perceção de que uma necessidade nossa não está a ser suprida vamos desenvolver emoções negativas, se nós temos a perceção de que tudo está bem e que as coisas nos estão a correr bem, e que as nossas necessidades estão a ser supridas nós vamos ter emoções positivas.  

Esta perceção de satisfação das nossas necessidades é inconsciente, assim como é inconsciente a perceção da não satisfação. Contudo, o mecanismo prévio a esta emoção, ou seja, o mecanismo de perceção de uma determinada necessidade que está a ser ou não está a ser suprida, isto é bastante inconsciente e é conduzido pelo sistema límbico. O sistema límbico é que faz o processamento das nossas emoções.  

O que é que é o sistema límbico? Ele também é conhecido como cérebro reptiliano e é a parte mais nuclear do nosso cérebro, que é responsável pelos nossos instintos de sobrevivência. Quando alguma informação chega ao nosso cérebro, venha de onde vier, ela passa primeiro por este sistema límbico que é para detetar a presença de ameaças. 

Nós não estamos biologicamente preparados para ser felizes, não foi uma preocupação do criador equipar-nos para a felicidade. O criador quis equipar-nos para a sobrevivência por isso criou este mecanismo para triar a informação para ver se há algum perigo que nós tenhamos que reagir imediatamente. E então, se houver alguma coisa a que nós tenhamos que reagir de uma forma imediata, esta reação vai ser precisamente através das nossas emoções.  

Portanto, é o sistema límbico que faz este processamento das emoções e outra coisa que é preciso ter em conta, é que este sistema límbico já está em funcionamento antes do nosso nascimento. Portanto, parece que ele começa a funcionar muito antes do nosso nascimento.  

Depois, há mais algumas coisas sobre a perceção emocional que é preciso nós termos consciência. Primeiro é que é normal nós termos expectativas de que as nossas necessidades sejam atendidas e sejam resolvidas. Depois, nós quando nascemos esperamos que os nossos cuidadores tratem de nós e nos cuidem, e nomeadamente possam satisfazer todas as nossas necessidades. Contudo, nem sempre isso acontece, o que gera frustrações.  

Se numa idade mais desenvolvida, ou em adultos, nós temos um mecanismo que é a raiva que serve precisamente para libertar essas frustrações, na primeira infância nós não conseguimos libertar estas frustrações. Como nós aprendemos a funcionar com a base do estímulo-resposta, nós vamos aprender que determinados estímulos da nossa parte têm uma resposta num determinado ambiente e isso vai constituir um novo estímulo para nós. Ou seja, nós tendemos a começar a acreditar que determinadas coisas funcionam desta forma, e tendemos sempre a vermo-nos como o centro das atenções e das responsabilidades. Ou seja, o bebé deve pensar assim: “Se eu chorar neste tom, não tenho resposta, vou tentar chorar mais alto, já tenho resposta”. Então ele vai associar que, se eu chorar mais alto eu vou ter uma resposta, portanto da próxima vez ele já nem tenta chorar mais baixo.  

Mas há alturas em que as nossas necessidades simplesmente não são atendidas, não são ouvidas, simplesmente não há uma resposta. Por isso, nós entendemos que aquilo é a resposta, ou seja, a não resposta é a resposta. Então assumimos isso como verdade. Imagina que um bebé está a chorar e ninguém vem, chora mais alto e ninguém vem, o bebé acha que ninguém vai vir, portanto ele não está a ser cuidado, ele está abandonado. Então, são estes mecanismos que nós vamos gerando que estão na origem da maioria das nossas crenças que depois também são a fonte dos nossos medos, dos nossos comportamentos sabotadores e das nossas atitudes menos agradáveis.

Portanto, na primeira infância nós não conseguimos libertar estas frustrações porque nem sequer as percebemos como frustrações. Pelo contrário, percebemos isto como uma resposta aos nossos estímulos e vamos assumir que isso é uma verdade, ou seja, que as coisas são assim e que funcionam assim, e que por alguma responsabilidade nossa as coisas funcionam assim.  

À medida que as nossas necessidades não vão sendo atendidas, nós desenvolvemos determinadas feridas emocionais. 

Para saberes mais sobre as 5 feridas emocionais carrega AQUI